Título: Apátrida
Autor: Ana Paula Bergamasco
Autor: Ana Paula Bergamasco
Editora: Todas as Falas
Páginas: 338
Formato: Brochura
Formato: Brochura
Começar um livro e nos
primeiros capítulos já estar chorando nunca aconteceu comigo, até ler Apátrida. Não sou muito de chorar
lendo, a não ser que seja de rir, mas com esse chorei e em alguns dias fui
dormir com um profundo aperto no peito/dor no coração por motivos dos fatos que
não podíamos negar por que estão narrados no livro e provavelmente haja fatos piores
do que os ocorridos.
O livro se passa antes,
durante e após a II Grande Guerra, um assunto que gosto muito de ler, mesmo que
sempre sinta dor e raiva das pessoas que foram sendo deixado influenciar. Irena, nascida na Polônia, desde
criança foi a garotinha dos irmãos, chegando a ser a mimada da casa de mais ou
menos 15 pessoas. Ela ainda criança conhece a pessoa por quem iria sofrer de
amor o resto da vida, o Judeu que sabe que apesar de todas as diferenças entre
eles irá sempre amá-la, ele: Jacob. Mas como algumas coisas deveram deixar
passar para não prejudicar a nós e aos outros, ocorrem mudanças antes não
esperadas. Antes de a Guerra chegar
ao seu estopim Irena casa-se com Rurik e vai morar na Bielorússia e tem Jan,
seu filho que tem o mesmo nome de seu irmão. Aprende a amar Rurik mesmo com as
diferenças entre os dois e principalmente o jeito como ele trata o filho deles,
o que a faz se apaixonar mais ainda por ele. Até que este e seu irmão são
acusados de crimes que não cometeram.
Acelerando um pouquinho e
escondendo os spoilers vou continuar... Em meio de batalhas, bombardeios e
mortes, Irena e seus filhos (agora que “adotou” a filha de Jacob) são levados
para um campo de concentração e vivem como todos os outros, até que é
selecionada para trabalhar na cozinha dos chefões, o que faz com que ela e seus
filhos tenham mais proteção. Ela é testemunha de mortes, brigas, acusações e
chegando a ser forçada a fazer coisas que não se orgulha para que mantenha os
seus filhos vivos dentro do campo de concentração.
Acho que já escrevi o
necessário, se for falar mais alguma coisa coitada da Ana Paula, não vai vender
mais o livro... Por vezes é tão difícil de resenhar certos livros – sendo esses
principalmente os melhores - que empaco na resenha e ficou todo o tempo
pensando no que posso escrever até sair algo proveitoso. Pois bem, Apátrida é um livro que nos faz parar
para pensar como vivemos, como tratamos o nosso próximo, como julgamos com a
nossa ignorante mente e me fez lembrar a música Pais & Filhos da banda Legião Urbana: “É preciso amar as pessoas como se
não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar na verdade
não há. Sou uma gota
d'água, sou um grão de areia...” Podemos ser o ser humano
mais poderoso, mas somos iguais em tudo: sentimos a mesma dor, sentimos a mesma
alegria, sentimos o mesmo amor incondicional por alguém que as vezes não sabe
nem que existimos. Devemos respeitar um aos outros.
Quanto a Ana Paula Bergamasco, você está de parabéns por tudo.
Por ser essa ótima pessoa, por nos fazer abrir os olhos para a realidade. Desejo
muito sucesso com este livro e com os próximos que criar. Agora deixo vocês com
o meu trecho preferido do livro, uma frase de Irena que me
fez chorar pela a primeira vez no livro, quando ela começa a namorar Rurik:
“Sentia-me amada por completo e este sentimento doce salvou-me, resgatou-me do precipício em que eu me afogara.”Página 45
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